sábado, 18 de setembro de 2010

Tédio...

Acordei hoje meio desligado do mundo; meio sem conexão com a realidade ainda que tendo a certeza de que o fim de semana prometia...
Juntou algumas gramas de baixa estima, xícaras de deveres pendentes, uma pitadinha de privação de sono e CABUMMM!!! brota no peito o tão caricato e torturador desespero-pela-impotência-perene provinda da solidão. Mesmo sabendo que o melhor de todos, o grandessíssimo, o "phodástico", o inigualável e incomparável ABC Futebol Clube entraria em campo pra mais uma de suas sonatas straussianas, sob a batuta da sua verdadeiramente fiel torcida; mesmo acometido pela pena ao ver as florzinhas tricolores temerem por ter que passar pelo Mengão no clássico nacional mais belo de todos, ou seja nem sob a óptica da paixão nacional, consegui tornar essa visão estranha de mim mesmo e do mundo, uma coisa tragável!
Corri, ouvi Villa-Lobos, li Einstein, Platão e Paulo Freire... Sem êxito!
Resolvi estudar. Passei a olhar a natureza e retomar conceitos, análises em conformidades acadêmicas outrora adquiridas, e viajei no tottus naturae, na plenitude desta. Peguei-me com olhos presos a uma vistosa flor e tomei a pensar o que me fez fixar olhares a este espécime... Imediatamente apalpei os olhos como quem que secara lágrimas, e remeti minha frágil memória a alguns momentos que, por simbolismo puro, pareceu com aquela flor. Daí ficou inevitável pensar em amor. Novamente minha memória recobrou momentos intrigantes que referencia esse famigerado sentimento. Lembro-me que num passado não tão distante, na realidade nada distante, discuti que o amor não existe com um alguém próximo. Em outro momento o amor não era mais amor, e sim paixão!... Procurei ajuda científica... Recebi como resposta um conjunto de notações neuroquímicas totalmente descrente de romantismo, mas confesso que, por motivos óbvios, estas tão "prolixas" explicações biológicas me chamara mais atenção. Por que não química? É óbvio que é química!
Para e pensa: você olha, sente, cheira, tudo por química, direta ou indiretamente; qual seria o porquê deste sentimento não ser química? Pera, pera, pera...Onde eu quero chegar? O que estou querendo dizer com esse papo desconexo? Veja: saber o que faz o "sentir" existir, torna possível o querer ou não sentir. Parei de olhar a flor e de refletir sobre o amor. Descobri que sou ciente das causa de uso e efeito dessa "droga" [(o amor) química também, vê?] por simples olhares para a flor de uma solanácea arbustiva, e percebi que o que me fazia, ali, sentir-me desligado do mundo, eram os olhos fechados para o que é belo, para o que é verdadeiro, para o que de fato vale a pena! para o AMOR GRATUITO. É química sim, ou você nunca se parou pensando "que química legal rolou entre nos ontem..." ou disse "amigo(a), é que com ele(a) é diferente...rola química"...mas e daí se é química? Não sendo apenas química é o que importa!
Enfim... Parei de olhar a florzinha, e refiz tudo! Villa-Lobos, dessa vez, me disse que a música sublima os pesares com as notas de sua Mazzurca; Einstein me mostrou quão simples foi ser tão complicado além de quão grande é o homem que adimite seus próprios erros e torna a errar por ser humano; Platão me disse, agora, que a perfeição é possível mas inalcansável, é grande demais devido ao nosso pensar: tenho tudo mas quero mais ... isso é o platônico severamente exposto como verdade, e Paulo Freire me "aprendensinou" que isso tudo é lúdico, complexo e interativo...Dual... Vê? Saber de onde vem o sentir...

Tédio? Agora? não, não! Eu amo. Enxergarei o belo sempre que necessário e tornarei minha pessoa sempre ávida por conquistas. E irei...remando...


2 comentários:

  1. Simplesmente amável!
    Adorei o refletir de hoje.
    Me fez pensar algumas coisinhas também.
    Enxergar a vida com bons olhos - isso é fantástico. Nos torna pessoas melhores, de bem com a vida.

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  2. Belo! Muito belo!!
    Não ao tédio, sim ao amor!!!
    Vou lembrar de tuas palavras durante algum tempo....

    ;*

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